O governo precisava de 49 votos no Senado para aprovar a PEC 55 – devastadora para a saúde e a educação e toda área social. Arranjou 61 contra 14 contrários na votação em primeiro turno na terça-feira 29. Seis a mais do que os 55 votos que derrubaram Dilma Rousseff no processo de impeachment finalizado naquela Casa em agosto.
Fora os parlamentares do PT/PC do B, votaram contra a proposta os senadores Randolfe Rodrigues (REDE-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), João Capiberibe (PSB-AP) e Kátia Abreu (PMDB-TO). O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que se posicionou contra o projeto, se ausentou do plenário na hora da votação, diante da causa perdida.
Na votação deste dia 29, seis senadores que votaram contra ou estavam ausentes no impeachment de Dilma, aderiram à proposta de mudança na Constituição que vai reduzir o tamanho do Estado brasileiro.
Os senadores Armando Monteiro (PTB-PE), Oto Alencar (PSD-BA), João Alberto (PMDB-MA) e Elmano Férrer (PTB-PI) que votaram contra o afastamento da presidente, votaram a favor da PEC 55.
Os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-ministro de Dilma, e Jader Barbalho (PMDB-PA), que se ausentaram na votação do impeachment, na terça-feira estavam em plenário, votando a favor da PEC 55.
O segundo-turno da votação está previsto para a terça-feira, 13 de dezembro. Até lá, três sessões do Senado ainda vão tratar da proposta. Mas não será mais possível qualquer mudança no mérito do projeto, apenas a redação poderá sofrer ajustes.
A PEC do fim do mundo já tem até data para ser promulgada, anunciada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros: 15 de dezembro.
DOSE DUPLA. O bispo Crivella, que assumirá a prefeitura do Rio a partir de janeiro, votou pelo impeachment e a favor da PEC do fim do mundo